A coluna Panorama Político, do Jornal O Globo, atribui-me erradamente a relatoria da ação na qual se discute o financiamento eleitoral por empresas privadas. E fez a crítica da minha posição, em nota do seguinte teor: “O ministro Luís Roberto Barroso virou alvo de críticas dos juristas e da maioria do Congresso. Eles preveem o caos, caso seja aprovada a proibição da doação eleitoral pelas empresas”. Mandei uma mensagem gentil ao colunista, explicando a confusão quanto à relatoria e expondo a minha posição na matéria. Minha posição é a seguinte: “”Não sou relator da ação proposta pela OAB, na qual se questiona o financiamento eleitoral por empresa. Fui apenas um dos seis votos favoráveis ao seu acolhimento. O meu voto, aliás, é o menos restritivo dentre os que formam a atual maioria. Isso porque não me manifestei de forma contrária à participação de empresas no financiamento do processo eleitoral em qualquer caso. Apenas entendo que essa participação há de ser devidamente regulada. Considero ilegítimo, no entanto, o modelo atual, em que a empresa doa dinheiro para todos os candidatos com chances de vitória para, em seguida, ser contratada pelo governo eleito. Vale dizer: retribui-se o favor privado com dinheiro público. Essa fórmula, a toda evidência, é contrária à decência política e à moralidade administrativa, estando notoriamente associada aos principais eventos de corrupção apurados no Brasil”. Como o colunista não esclareceu o fato, apenas reiterando a sua própria opinião, explicito o que verdadeiramente acho.