No último dia 22, foi ao ar a entrevista que concedi à Jornalista Míriam Leitão para a GloboNews. Conversamos principalmente sobre o combate à corrupção no Brasil e como, apesar de ter crescido a sensação de corrupção no país – segundo a Transparência Internacional –, temos avançado no assunto.
Como tenho dito em outras oportunidades, a corrupção no Brasil não é um fato isolado e excepcional, mas um pacto oligárquico que, corajosamente, decidimos encarar e não mais varrer para debaixo do tapete. É claro, portanto, que trazer à luz aquilo que antes se escondia pode gerar em alguns a sensação de que as coisas estão piorando. A fotografia do momento pode ser devastadora, mas acredito que o filme é positivo e precisa ser comemorado. Óbvio que é vergonhoso ainda ocuparmos a 96ª posição no ranking da corrupção, mas, na vida, a direção é mais importante que a velocidade.
Outro ponto importante que foi objeto da nossa conversa foi a prisão após condenação em segunda instância. Penso que eventual mudança de entendimento pelo Supremo seja algo entre muito ruim e trágico. A meu pedido, e com a fundamental colaboração do Ministro Rogério Schietti, do Superior Tribunal de Justiça, foi realizada uma pesquisa que concluiu que em apenas 0,6% dos casos a condenação de segundo grau é revertida pelo STJ. A quase totalidade das decisões é pela manutenção da medida imposta em segundo grau. Portanto, aguardar o pronunciamento da terceira instância recursal é algo que não se justifica e apenas retarda o início do cumprimento da pena em cerca de 10 anos. Algo inconcebível em qualquer país desenvolvido.
Falamos também sobre tráfico de drogas, descriminalização da maconha e sobre uma recente decisão minha determinando a transferência de uma travesti para uma prisão feminina. A entrevista completa está abaixo.
https://www.youtube.com/watch?v=bOV0Qh3qbTQ&t=1s